domingo, 24 de julho de 2011

O poeta

o pensamento surge,
não tem como explicar,
apenas me surge e eu vou escrevendo,
não o forço e nem fico pensando muito nas palavras ,
não posso ser interrompida,
é um fluxo constante de pensamentos,
eles fazem as frases organizam todas as minhas ideias em questão de segundos,
sigo esse fluxo,
deixo-me embalar,
as palavras vão saindo e fazendo o que eu mais gosto; escrever,
é tão simples nem faço esforço,
na minha mente tudo parece um quebra cabeças com encaixes numerados,
e assim se vai
verso por verso
guiando minha mão pelas teclas do teclado,
não escolho sobre o que escrevo,
apenas escrevo,
a sonoridade de cada palavra em minha mente se organiza,
fazendo uma sinfonia perfeita,
a poema quer ser escrito e não eu escolho escrever o poema,
simples assim,
mais simples que muitos pensam,
o poeta é poeta e pronto,
não tem que forçar a escrever,
apenas escreve.
assim nasce um poeta
nos recônditos da mente
onde apenas você tem acesso,
e onde as palavras te usam como instrumento. 


Autora: SANeto

sábado, 23 de julho de 2011

Memórias

Memórias mortas de um coração morto
pensamentos errados de uma mente doente
doente de dor, doente sem amor.
Quem me dera que essas memórias fossem embora.
Elas me marcaram na pele a ferro.
Quando me olho no espelho vejo todas as minhas memórias,
vejo todas as coisas erradas que cometi,
vejo o bem que deixei de fazer.
E no final...bem no final não me resta nada.
As mentiras minhas feriram meu rosto, deixando lágrimas de sangue.
E tudo por egoísmo e falso moralismo,
a inveja me corrompeu,
fiquei louca por coisas que não me pertenciam,
pequei, tudo para obter a atenção que eu nunca tive.
Bem que meu pai podia me ver agora.
Ver a garota inútil dele, será que eu sou realmente sou inútil?
Consegui muito dinheiro vendendo algo que eu tenho de sobra. A beleza.
Mas se me adiantou? Que nada, eles só queriam me usar, e bem, conseguiram.
Agora estou sendo enterrada pelas minhas próprias memórias,
elas me sufocam, me afogando em um mar de tormento e desilusões.
Fiz tudo que era pra ser feito.
Usei drogas, vendi meu corpo, roubei,
era difícil suportar as mãos nojentas daqueles velhos inúteis,
a unica coisa que eu queria deles era o dinheiro por que afinal nem outras coisas ele podiam me oferecer.
E agora estou aqui. Nesse buraco.
Escrevendo com batom vagabundo nesse espelho pior ainda.
Não tenho mais beleza, não tenha mais nada.
E o sangue escorre quase me impossibilitando de escrever.
Até pra isso eu sou inútil, bem que o meu pai estava certo,
até pra me matar escolhi um método falho,
eu devia me jogar de um prédio vestida de noiva, seria mais dramático.
Ah bem, agora tenho que ir, estou ficando tonta, acho que está dando certo.
Nem vou orar nem nada, eu não mereço perdão de Deus, fiz tudo sabendo no que iria dar.
Espero que quem leia pense bem melhor da vida.
Quero servir de exemplo para que não façam da vida o que eu fiz com a minha.


Autora: SANeto

A janela

Há uma janela em algum lugar...
Nela eu vejo o amor entre as pessoas
vejo a dor de uma perda,
vejo a vida passando.
Pela janela vejo o céu estrelado,
vejo as ondas do mar,
vejo a imensidão de sentimentos,
mas por fim descubro que afinal não é uma janela, são duas,
por estas janelas vejo o sorriso do meu amado.
Essas duas janelas são muito importantes
porém, por elas também vejo coisas ruins,
vejo os homens se odiando,
vejo o dinheiro valendo mais que a vida,
vejo mães não amando seus filhos,
deixando-os soltos ao vento, sendo amparados pelas mãos experientes de traficantes.
Ah! Minhas janelas como as amo, por elas vejo esse mundo de cores, vejo as flores, o leve voar de uma borboleta.
Quando por fim descubro que essas janelas são as janelas da minha alma e que a chamamos de olhos.


Autora: SANeto

Queridos leitores

Sintam-se a vontade para comentar em meus poemas, sinto não ter muito tempo disponível para colocar todos que eu tenho, são muitos, mas sempre que eu puder postarei mais poemas. Obrigada pela atenção! Beijocas à todos!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Frágeis e belas

Ah! As flores,
como sinto falta delas,
com seus suaves perfumes primaveris.
Cada uma com sua essência,
diferentes e iguais de tantas formas.
Como gosto de ter uma entre os meus dedos,
apreciando a doce beleza de suas pétalas.
Tão frágeis.
Cada uma com seu significado.
Amo as flores.
Amo andar pelo jardim.
Amo quando o sol passa filtrado pelas copas das árvores.
Aqueles raios que acariciam a pele e aquecem o coração.
Quem me dera ficar sentada durante horas sem fim nesse doce jardim.
Me sinto feliz, rejuvenescida.
Tão leve e espontânea.
Flores...amo as flores.
Com todos os seus mistérios
cada uma escondendo uma alegria.
As flores.
Lembre-se sempre delas.
Sua mão recebeu ao ter você,
e são elas que adornam sua lápide.
Mas não fiques tristes,
a passagem é tão suave quanto o rosar das pétalas em sua mão.
Caso faças a sua parte,
cada um com seu peso a carregar e Deus auxiliando pelo caminho.
O Pai amado e bondoso.
Ele te consola nos momentos difíceis.
Te guia e te ilumina.

Autora: SANeto

Só assim

Esquecer, esquecer o que? Se as palavras se esvaem ao vento.
Tentar, tentar o que? Se você nunca entende o que é melhor para você.
Mudar? Não precisa, pois o mundo é efêmero, tudo muda.
Os segundos passam e nunca mais o mesmo segundo você vivenciará.
Você já parou para pensar quanto tempo as pessoas perdem odiando alguém, guardando mágoas, sentindo-se a vítima da situação que o próprio criou.
Perdemos tempo,
queremos tempo, mas sempre o desperdiçamos com coisas fúteis e banais.
Se for pra perder tempo, perca tempo com a vida.
Perca tempo amando, desejando o bem,
pois no final não será perda de tempo, será ganho de humanidade.

Autora: SANeto

Deturpação

Não me sinto bem,
as palavras não fazem mais sentido,
o vazio tomou lugar de algo aqui dentro.
Não sinto mais meu coração.
Talvez ele nem mais exista.
o que me restou é essa cápsula inerte de sentimento vãos e de uma escuridão sem fim.
O entardecer sempre chega para me embalar.
Estou tão calma, até mesmo anestesiada.
Meu refúgio são as palavras,
mas até elas não querem estar em meus pensamentos,
logo elas que são o limiar do esquecimento e da lembrança.
Não tenho mais um motivo.
Todos os sofrimentos e doenças da alma já passaram por mim,
talvez haja um refúgio.
 Nem sei se estou sendo hipócrita,
cansei de lutar,
não tenho mais soldados,
eles se foram assim como toda minha perspectiva de superar.
Eu já me dei por vencida.
Perdi.
Talvez ainda me reste uns segundos,
antes que meus pulmões se explodam de dor,
meu pescoço está doendo,
nem sei porque que ainda não morri.
Não tenho motivos para prosseguir,
sabendo que eu não sou mais a gravidade que te sustenta,
o teu porto seguro,
que eu não sou mais a sua alma,
Eu já estava morta muito antes de passar a corda pelo pescoço.
Agora estou morta para todos.


Autora: SANeto