sexta-feira, 22 de julho de 2011

Deturpação

Não me sinto bem,
as palavras não fazem mais sentido,
o vazio tomou lugar de algo aqui dentro.
Não sinto mais meu coração.
Talvez ele nem mais exista.
o que me restou é essa cápsula inerte de sentimento vãos e de uma escuridão sem fim.
O entardecer sempre chega para me embalar.
Estou tão calma, até mesmo anestesiada.
Meu refúgio são as palavras,
mas até elas não querem estar em meus pensamentos,
logo elas que são o limiar do esquecimento e da lembrança.
Não tenho mais um motivo.
Todos os sofrimentos e doenças da alma já passaram por mim,
talvez haja um refúgio.
 Nem sei se estou sendo hipócrita,
cansei de lutar,
não tenho mais soldados,
eles se foram assim como toda minha perspectiva de superar.
Eu já me dei por vencida.
Perdi.
Talvez ainda me reste uns segundos,
antes que meus pulmões se explodam de dor,
meu pescoço está doendo,
nem sei porque que ainda não morri.
Não tenho motivos para prosseguir,
sabendo que eu não sou mais a gravidade que te sustenta,
o teu porto seguro,
que eu não sou mais a sua alma,
Eu já estava morta muito antes de passar a corda pelo pescoço.
Agora estou morta para todos.


Autora: SANeto

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